Arriscámos. 
Não é comum (nem fácil) trazer para a sétima arte, uma linguagem que lhe é estranha - um texto de teatro - mas criámos o nosso próprio desafio, na procura de romper os limites das produções massivas. 

Obrigámo-nos a tornar real a nossa imaginação e a respeitar os nossos próprios padrões de beleza, reais e simples. Não temos medo do fracasso, porque o ser humano não erra, apenas faz tentativas (umas boas, outras más); mas porque acreditámos na nossa própria visão. O receio de sermos incompreendidos foi o que nos trouxe mais segurança, porque o receio faz questão de nos lembrar de que estamos no caminho certo, que somos criadores. 

Embora esta obra de Jean Genet, AS CRIADAS, viva de um enredo complexo e doentio, o que trouxemos para cinema é uma adaptação que devolve a simplicidade e o detalhe com que se alcançam os terrenos lamacentos do ser humano e que fazem desta peça de teatro uma das mais emblemáticas do século XX.