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LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA

SEM LEI

É fácil, para os entendidos na matéria, enumerar e defender afincadamente a leis que declaram como se deve ou não fazer cinema, e o que distingue um excelente de um péssimo filme, mas quando se pergunta o porquê de existir uma receita quase Universal para sétima arte e porquê a seguirmos cegamente, poucos têm como ripostar esta questão. Para este filme nós temos a resposta.  

Não é possível identificar uma única forma de fazer cinema e torná-la senso comum, um conceito aceite por todos, Universal. É verdade que a indústria do entretenimento, pela necessidade feroz de embalar o público nas suas narrativas, criou uma espécie de fórmula capaz de conduzir os pensamentos e sentimentos do público como bem desejar, seja em prol de um produto artístico ou do sistema capitalista, no qual todos somos peças essenciais e obrigatórias (ex: publicidade). Mas o texto que dá forma a este filme, por ser um ícone do teatro a nível mundial pela sua dinâmica de personagens complexa e a tónica cruel presentes no universo de cada personagem, insistiu que criássemos uma ideologia pictórica diferente e singular; não queremos conduzir o público no vazio de imagens bonitas, mas queremos que o público entenda verdadeiramente o texto, o mundo de Jean Genet e as personagens que ele criou; queremos que o público faça parte do filme.

Os planos poucos ou nenhuns são fixos, os enquadramentos não são perfeitos (em comparação com as "leis perfeitas") e os actores não vivem em função da câmara, mas a câmara vive em função do actor; criámos as nossas próprias regras e apresentamos o nosso conceito singular.

 

O texto de Jean Genet é complexo, um jogo de possibilidades infinitas e contraditórias. Neste filme o público vai fazer parte deste jogo e compreender um novo mundo paralelo. 

 

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